Essa coisa
Essa coisa amorfa manipulável chamada povo,
Que grita sem saber qual motivo atuante,
Apenas porque escuta o som do berrante,
Alguns buscam justificar cada insano levante,
Mas, não sou do tipo que busca pelo em ovo...
Essa coisa amorfa manipulável, chamada povo,
Que à pirâmide dos safados serve de base,
sabe a utilidade das pedras mas, ignora da crase;
é lua cheia de si, figura da arrogância a dita fase,
avestruz sem paladar que engole arcaico por novo...
Essa coisa amorfa manipulável , chamada povo,
Maria louca que vai com as outras, rameiras;
Proponham-se-lhe veredas dignas, ordeiras,
E rápido somem todos subindo as ladeiras,
Mas, chamando o vício presto descem de novo...
Essa coisa amorfa manipulável chamada povo,
Em tempos de antanho confesso, já fui desses;
seguia sem ciência qualquer asneira que cresse
erradicando os valores e adubando interesses,
quando era o diabo que apregoava o renovo...
desculpem se parece pretensioso esse retovo,
mas, trago marca de espinhos, ilusórias estradas,
e cicatrizes de guerras com retóricas espadas,
ainda a dor de ver sapiência e graça desperdiçadas,
nessa coisa amorfa manipulável chamada povo...