PROSTRAÇÃO

PROSTRAÇÃO

Pobres brasileiros

Inocentes culpados

Subjugados

Pela falta de ensino

Pelos dominantes desatinos

Pelos heróis apedeutas

Pelos políticos proxenetas

Pelas suas escolhas

Empunhando o saca-rolhas

Para desvirginar Romaneé Contis

Brindando ao descaso

As obras do acaso

Vibrando braços ao nada

Ou a moedas de troco

Gritando sem eco

Jogando um xaveco

Locupletando-se em Bolsas ou a vida

Jogando-se nas sarjetas

Adorando democratura

Mamando nas tetas

Vendendo-se por esmolas

Ou camisetas e dentaduras

Ou ainda quem sabe Havaianas

Belas nos pés de Gisele

Rotas nos pés de ninguéns

Que sonham em novelas

Com galãs de barriga tanquinho

E passam o dia no tanquinho

Tentando limpar a sujeira

Que não some, que teima em ser suja

Que escreve em garatujas

Até quando meu Deus

E ele nem se mexe

E a esperança fenece

E um grito aparece

GOOOOOOOOL

Um brinde, um cale-se

Para sempre

Deitado em berço esplêndido

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 24/04/2014
Reeditado em 24/04/2014
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