Desejo Sinistro

Toda noite penso nisso
São vontades que me vêm
Assombrosas e disfarçadas
Por mais que eu lute
Nada as detém
 
Ideias loucas e obstinadas
De um frenesi sem receios
Tentativas alucinadas
De mexer com destino alheio.
 
Sangue! Penso em sangue,
Como deve ser vê-lo vermelho e quente
Escorrendo de um corte ou de um furo
Tento esquecer
Mas por mais que eu tente
Isso ainda vai colocar-me num apuro.
 
De dia sou normal
Mae, filha e esposa,
Dedicada e afetuosa
Sem nada a me assombrar.
Mas a noite vem com seus breus
E me pega desprevenida
Pensamentos torpes e sinistros
Vão tentar me derrubar.
 
Vou rezar, vou correr
De nada vai adiantar
Lutar não consigo
Devo então perpetrar
Os pensamentos de risco.
 
E a vítima perfeita
Dorme ao meu lado sereno
Toda noite imagino
Um corte grande ou pequeno
Quem sabe outro dia,
Outra noite talvez
Isso ainda vai provocar
A minha viuvez.
Rô Mierling
Enviado por Rô Mierling em 14/04/2014
Código do texto: T4769171
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.