Desnamoro
Da calçada eu vejo as flâmulas da vida
Nesse jardim absurdo do existir.
Mariposas empedernidas em lâmpadas
Ocasionais, que se acendem a cada beijo.
Desnamorados se abraçam afoitos,
A rua nunca parece calma, porém, modesta.
Festas e folguedos parece ira de tolos;
Quem se arriscaria a dar um tostão
Por essa vida sem regra ou limites?
Ouço vozes que dizem quase tudo,
Não sabem fazer um “Ó”, sentados na areia;
Certamente farão quadrados sertanejos.
Ou seja lá qual ritmo capitalista.
Será que existe vida após essa rua?
A esquina já está dobrada, agora só falta você...
Um dia acabou a calçada, nasceu um vazio,
Frio e turbulento, arranca outros aplausos.
Guardei os meus passos para amanhã
Com muita manha e loucas renúncias;
A casa em chama arde de ciúmes. Voltei.