Ilha do Mel

Ilha do Mel

Sondo o bramir de imagináveis

Ondas dum gigante

Ignoto oceano na procela

Insana de um sonho que rui,

De tal forma assemelhada

A um mosaico sem cores,

Esbatendo suaves gotas de sal

E vida num forte abraço

A envolver a imagem

Da amplitude daquilo que fui!

Ó Ilha... Virgem filha de Iemanjá!

Pensamentos e formas

Ludibriantes se erguem no espaço

Único, que aflige o âmago,

Numa dança que da alma flui

Ao acalento da inocência,

Esvaindo-se na linha do eterno

Ocaso onde as escumas brancas

Se perdem num esboço

De resto de vida que naquele traço

Aos poucos diminui!

Ó Mel... Menstruo incruento da filha!

Nesta quase incólume utopia,

Agarra-se a desdita e diz

Que nem é noite, não há sol,

Só o choro do dia que se vai

Um tanto irregular

Por dentre tormentas e praias

De infundado desejo que tão denso

E forte se faz naquele

Que busca o consolo na lágrima

Que na areia cai e se dilui!

Valdir Merege Rodrigues

Pinhalão - Paraná

Valdir Merege
Enviado por Valdir Merege em 02/04/2014
Reeditado em 13/01/2022
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