Ilha do Mel
Ilha do Mel
Sondo o bramir de imagináveis
Ondas dum gigante
Ignoto oceano na procela
Insana de um sonho que rui,
De tal forma assemelhada
A um mosaico sem cores,
Esbatendo suaves gotas de sal
E vida num forte abraço
A envolver a imagem
Da amplitude daquilo que fui!
Ó Ilha... Virgem filha de Iemanjá!
Pensamentos e formas
Ludibriantes se erguem no espaço
Único, que aflige o âmago,
Numa dança que da alma flui
Ao acalento da inocência,
Esvaindo-se na linha do eterno
Ocaso onde as escumas brancas
Se perdem num esboço
De resto de vida que naquele traço
Aos poucos diminui!
Ó Mel... Menstruo incruento da filha!
Nesta quase incólume utopia,
Agarra-se a desdita e diz
Que nem é noite, não há sol,
Só o choro do dia que se vai
Um tanto irregular
Por dentre tormentas e praias
De infundado desejo que tão denso
E forte se faz naquele
Que busca o consolo na lágrima
Que na areia cai e se dilui!
Valdir Merege Rodrigues
Pinhalão - Paraná