De(s)perto
Quem me fez sensibilidade?
Que verdade me define?
Que certeza me oprime?
Qual é a busca que me move?
Se chove ou se faz sol,
se lá ou si bemol,
a canção que embala meu sono,
a versão mais linda de sonho
é aquela que componho
enquanto acordada.
Num acorde de saudade
dorme minha felicidade…
Se me toco,
me noto,
desperto apaixonada
numa escala de amor próprio.
Eu não preciso de ópio.
A composição que me entorpece
é a de questões não solucionadas.