DUNAS

Quando regressei

vi uma duna de areia

soprar contra os olhos vermelhos

na serenidade do vento a poeira.

A garganta seca no gole de saliva

uma miragem à mira

me levou para longe

e caí em minha própria armadilha.

Tudo se fez deserto

de certo, eu nada reconhecia

nem sabia que antes das dunas

um oceano ali existia.

Caminhei rumo à morte

que me acompanhava em todo o trajeto

eu ia me afogando na areia

como uma teia que prende o inseto.

Passaram outrora por aqui

vinham buscar a mim

mas eu estava debaixo da terra

coberta pelas restas de uma tempestade sem fim.

Lyta Santos
Enviado por Lyta Santos em 17/03/2014
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