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Já se passam das duas,
já não sei se são cruas,
as mais lindas madeixas,
oh insonia, me deixa!
Sempre quis ser ator,
ser feliz, ser doutor,
mas escrevo e leio,
mais ou menos o meio,
vi até arco iris,
suas xícaras e pires,
vi um forte tormento,
vi até um momento,
que aos poucos se ia,
e nunca mais voltaria.
Eram apenas manias,
ligeiras vontades,
desejos e birras.
Suas pernas, tão belas.
Seus cabelos, tão certos.
E meus olhos eram dela.
Me quis dela tão perto.
(. . .)
Eu dormiria em seu colo,
amaria seu corpo,
acariciaria seu rosto,
lhe mostraria meu coração,
sobre meu peito,
colocaria sua mão.
Lhe daria flores,
na janela,
para acordar e olha-las,
tão belas.
Viveria cada segundo,
podendo perder todo
um minuto,
para ver seu rosto,
quando o sol o iluminasse,
e com grande orgulho
a olhando bem fundo,
amaria seu mundo,
pois agora,
além de tudo,
para e por,
ela,
eu mudo.