CRIAÇÃO
CRIAÇÃO
Outrora
Em muitas horas
O papel consumia
Minhas loucuras do dia a dia
Ora
A qualquer hora
A tela consome
A minha loucura que não some
Mudou o papel
Mudou a escrita
Mas o aqui pinel
Continua na fita
A cabeça gira
A mão vira
Um dedilhar na lira
Para acender a pira
A pira que lume versos
Nas brasas imersos
Que liberam calor em rimas
Qual fossem pantominas
Um intenso desvario
Qual caudaloso rio
Que não respeita margens
Que invade vargens
Vargens cheias de vida
Esperando que as danem ou louvem
Que as deem guarida
E que as trovem
E assim segue a obra
Dando sentido a existência
Uma nau que não soçobra
De Deus deferência