Jeffrey Dahmer
Garotinha por que me ama tanto?
Se entre os animais que dissequei
E as covas que desvendei
Pudesse sentir toda a solidão que amarguei
Ainda assim lançaria por mim todo esse pranto?
O sangue que bebi em garrafas de tequila
Viera, minha amiga, de uma inocente vitima.
Disseram que eu era bonito?
Minha fúria era ainda muito maior do que isso.
Pois sem remorso eu matei
E a minha fome com vísceras saciei.
Em minha dispensa eu tinha,
Amores, crânios, mentiras.
Sei que passa noites inteiras a suspirar
Por que naquele porão comigo não podia estar
Enquanto cérebros eu me empenhava em furar.
Você se toca pensando em mim?
Meu sorriso lhe causa calor naquele lugar?
Mesmo sabendo que por dentro combatia um vazio
Que com mortes e gritos eu às vezes o via vacilar
E que depois do fato consumado voltava para me dominar?
Acha que algum daqueles jovens eu amei?
Você chora ao lembrar que pela mão de um maníaco,
O preço das mortes eu paguei?
Deixaram meus miolos o chão inundar.
Quem sabe o que pensei naquele ultimo instante,
Quando persegui aquele que chamei de amante
E o policial homofóbico deixou a morte o reclamar.
Você acha que sentiam o cheio da morte me impregnar?
Acha que lhes disse adeus antes de matá-los?
Por favor, não volte a chorar
Por que isso não me fará voltar
Não me fará parar de matar.
Certa noite eu sonhei que era deus,
Depois disso meu céu escureceu
E de sangue o chão se encheu.
Eu te amo querida,
Porém, minha natureza é matar.