Jeffrey Dahmer

Garotinha por que me ama tanto?

Se entre os animais que dissequei

E as covas que desvendei

Pudesse sentir toda a solidão que amarguei

Ainda assim lançaria por mim todo esse pranto?

O sangue que bebi em garrafas de tequila

Viera, minha amiga, de uma inocente vitima.

Disseram que eu era bonito?

Minha fúria era ainda muito maior do que isso.

Pois sem remorso eu matei

E a minha fome com vísceras saciei.

Em minha dispensa eu tinha,

Amores, crânios, mentiras.

Sei que passa noites inteiras a suspirar

Por que naquele porão comigo não podia estar

Enquanto cérebros eu me empenhava em furar.

Você se toca pensando em mim?

Meu sorriso lhe causa calor naquele lugar?

Mesmo sabendo que por dentro combatia um vazio

Que com mortes e gritos eu às vezes o via vacilar

E que depois do fato consumado voltava para me dominar?

Acha que algum daqueles jovens eu amei?

Você chora ao lembrar que pela mão de um maníaco,

O preço das mortes eu paguei?

Deixaram meus miolos o chão inundar.

Quem sabe o que pensei naquele ultimo instante,

Quando persegui aquele que chamei de amante

E o policial homofóbico deixou a morte o reclamar.

Você acha que sentiam o cheio da morte me impregnar?

Acha que lhes disse adeus antes de matá-los?

Por favor, não volte a chorar

Por que isso não me fará voltar

Não me fará parar de matar.

Certa noite eu sonhei que era deus,

Depois disso meu céu escureceu

E de sangue o chão se encheu.

Eu te amo querida,

Porém, minha natureza é matar.

José Brito da Silva Júnior
Enviado por José Brito da Silva Júnior em 01/03/2014
Código do texto: T4711615
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