HOJE

Qualquer dia desses, eu me estranho, perco o juízo,
Saio por aí... no sem rumo da insondável travessia,
Dou asas ao meu limitado corpo, deslizo,
Com ousadia na velocidade sonora da ventania.

Qualquer dia desses, eu me vejo poesia fora da gaveta,
Sem medo, sem segredos, com enredo, me lanço na vida,
Cintilo nua no espaço, nos traços de um cometa.

Qualquer dia desses, eu digo não para a saudade,
Para essa carência de você, essa submissa sensibilidade.

Qualquer dia; hoje não! hoje eu preciso ser possuída.



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AMANHÃ

 Quem ama inventa,
inventa e acrescenta,
(arco alado de mil cores),
dores, sonhos, dissabores,
pra libertar sentimentos,
dar vazão aos pensamentos,
que voam no ar, livremente,
sem qualquer razão aparente.
Mas se lançam qual cometa,
escapolem da gaveta...
Vão sozinhos, ritmados,
poesia, alegria,
em perfeita sintonia,
caminhando lado a lado.
Qualquer dia, quem o sabe,
eu supere esta saudade,
e me liberte de ti.
Saio, então, vou por aí,
nada mais me prende aqui.

(HLuna)