ENTUSIASMO MORTO (...)

Esfinge da minha morte

égide dum ser sem sorte

andante poeta sem norte

rumo a inocência desconhecida

perdido nas bordas desta estrada

face mascarada de solidão

ser abandonado, ser sem coroação

atirado na sarjeta dos argentinos

sem tino, apenas loucura, desatino (...)

deste epifonema universal

com parâmetros e paradigmas

com lágrimas e seus estigmas

e uma negra vaidade repleta de breu

será que a mágoa dissolve o gelo desse frio coração (...)!?

será este ar propicio para minha inspiração!?

o vinho azedou, fez-se vinagre

amanhecem as vozes na alvorada,

dizem ser um encanto,

mas não vejo este milagre

apenas ouço um sussurro mortífero

apenas sinto uma dor que a poesia

não consegue explicar ...

um entusiasmo morto

na alma desse ser efémero,

que segue sem porto,

e navega no desespero

com as veias ramificadas de magoas

sangue contaminado de tristeza

pintura sem face, noite sem clareza

rosto sem maça e pureza (...)

Daniel Miguelavez ou Merlin Magiko
Enviado por Daniel Miguelavez ou Merlin Magiko em 25/02/2014
Código do texto: T4706040
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