Poema de n 4
No cortante silêncio Noturno
Eis que clamo por diretrizes ao destino.
Destino este que em tramas se compuseram em nós
Desfez esperanças ao entregar-me ao oculto algoz.
As mãos que antes leves acariciavam o âmago,
Despertaram a ira que desespera, inflama,
Dor, raiva, ciúmes, vazio, asco, discórdia
Luta continua pelas sobras que foram entregues a nada... a lama.
Olhos quentes, ar que falta,
Dor que cisma em atingir como a faca,
Mãos malditas da boca bendita que insisto em amar,
Oh, quão infeliz fui, em render-me a poda das asas do amor,
E mergulhar no infinito poço de amarguras que me afogaram o vôo.
Porquês hão de ecoar no infinito do meu ser...Mas que ser?
O que sobrou de quem fui eu, se eu só fui você?
Violência, porque ? se só lhe dei amor,
Dor por quê? Sesó lhe dei prazer.
Antes a paixão explodia medida em rastros,
Hoje Explode em dor, sem argumentos, sem chances, sem força!
Sangue, fúria, amor? Como assim amor?
Não posso chamar-te amor... Assim, chamo-te meu, na ilusão de ter-lhe a posse.
Porque?
Suspiro sem dor, sem pensar em algo mais,
Queria se pudesse, sonhá-lo e refazê-lo,
para que pudesse por apenas um segundo odiá-lo!
Meu Grito, inaudível, interno, dolorido,
O ultimo, dilacerando e buscando quem um dia fui,
Amando-te, perversamente ... amando-te,
Pela ultima vez respiro,
Exalo o ar de Minh’ alma.
Te olho na fresta da pouca luz que ainda me chega
Aos olhos inchados,
Morrendo, perversamente... e odiando-me desesperadamente!
Izabelle Valladares