MEDO

Aparece pela noite,

entre flores e açoites,

vai se embora quando quer,

mexe até com a fé,

pernas tremulas,

coração a disparar,

mãos suadas a molhar,

respiração extensa,

não se sabe o inicio,

não se sabe se acaba,

todos fogem às pressas,

na esquina ou debaixo do colchão,

espera sempre no escuro.

Entra ano, sai ano,

sempre volta maior,

entre faces e sacrifícios,

reaparece em imagens,

entre fatos e fotos,

troca de nomes e tamanho,

sacode beiras e bases,

faz o homem repensar,

tão forte és como deixa,

aumenta de tamanho sem pressa.

Resposta de luta ou fuga,

estimulo atendido,

faz parte do sistema,

faz parte da alma,

à frente há outro caminho,

calma!

agora é a hora,

enfrente!

quem dera soubesse o segredo,

não teria tantas surpresas,

tudo é possível ao que cria,

enxerga o que não existe,

mente sã purificada,

acometida também estás,

nasce e vai sem avisar,

não se sabe quem cria,

privilegio de quem vive,

tormentos de quem aceita,

sentimento derradeiro,

faz o homem se desenganar,

abstrato imponente,

tão potente a prostrar,

imagem própria o assusta,

passado te procura.

Sr Evasivo
Enviado por Sr Evasivo em 12/02/2014
Reeditado em 12/02/2014
Código do texto: T4688297
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