Insanidade

Estou trancada,

Presa em uma cela

A prisão é minha mente perversa

E eu tento abrir os portões que

Insistem em se fechar

Sem saída

Estou presa em mim.

O que são essas correntes?

Ah, sim!

São traços do meu subconsciente...

E aqui estou

Novamente,

Perdendo a razão

No delírio da ilusão.

Alguém me console...

Alguém me controle...

Alguém me solta...

Alguém me liberta

Alguém me responda

O que quero?

Eu não sei.

Sei seus planos

Seus segredos

Só eu vejo a verdade

Por trás dos fantoches

Por vós manipulados

Eu vejo

Eu sinto

Eu creio

Só eu sei

Diga-me que em mim tu crês

Diga-me...

Entre nós

Sou só eu

Que sabe a verdade,

Por isso,

Em sinceridade vos digo,

Devo protegê-los...

Que as cordas não toquem lhes os membros

Que as flechas não atinjam lhes o peito

Que as máquinas não controlem vosso pensamento

A linha entre o real e o surreal

Foi rompida e não há mais

Solução

(Não há)

Mais a razão

Só uma pílula

Medicina e oração

Para uma pobre pecadora

Cujo pecado é a doença

Da mente e do coração.

A doença é a verdade

E a verdade é veneno.

Imagine só

Que perigo seria

Se a verdade fosse vista?

Imagine só

Que perigo seria

Se a “louca” lhes contasse

Que foi tudo uma mentira?

O mundo já incolor

O luto d’aquarela

Um mundo de robôs

Que roubou a vida bela

Um mundo de máquinas

Que destruiu o ser humano

Agora o que resta

É um mundo insano.

Quando passo pelas ruas

Ladrilhadas de agonia

Só ouço a multidão gritar:

“Está louca! Possuída!”

Quando passo pelas ruas

Tão instáveis e cinzas

Ouço vozes do portão que fecha:

“É apenas uma louca

Não há nada que resolva”

‘Inda sim,

Pobre d’eles,

Cidadãos,

Digo,

Fantoches,

Que não veem a verdade!

Um dia,

Sairei do manicômio

No qual me internaram

Sem piedade.

Um dia,

Sairei do manicômio

Que é a sociedade.

Beatriz C P
Enviado por Beatriz C P em 09/02/2014
Código do texto: T4684221
Classificação de conteúdo: seguro