Mary I
Mary finalmente adormeceu e por muito tempo ela não o fazia,
enquanto anjos pequeninos sentaram-se sobre suas pálpebras
logo então seus olhos negros inquietos e foscos se tornaram.
Imersa em breu ela sonhou com labirintos e eternos abismos,
quando um grito como um corvo escapou de sua frouxa boca.
Fadas maldosas afundaram os dentes venenosos em sua carne
e seus lábios foram costurados pela inexorável dormência.
Pobre Mary, que como uma antiga boneca, imóvel jaz
seu corpo descansando sob a gélida luz de mil sóis.
e seus pulsos restritos em vermelho vivo se encontram,
como após a violenta batalha sucede a calmaria vazia.
Como mágica Mary retorna, movimento fluí em seus dedos
uma, duas, três vezes, o zumbido infindável em seu ouvido
o ar escuro e pesado em seus pulmões se trancafia
E sua luta é como uma gota contra o gigante oceano
A pressão imperdoável sobre a sua frágil garganta
Uma ultima centelha de sua existência se extingue.