DIGRESSÃO

DIGRESSÃO

Quanta riqueza material

Quanta pobreza espiritual

Retrato, ou melhor, imagem

Que vou levar desta passagem

Quem sabe em outra dimensão

Toquem as trombetas

Anunciando a libertação

Das loucuras deste planeta

Quem sabe lá

Consiga ser apenas eu

Sem mascaras ou disfarces

Apenas uma face

Que possa sair da hipocrisia

Que enche o dia a dia

Ser um de verdade

E não uma propriedade

Olhar nos olhos

Apertar mãos

Longe dos imbróglios

Livre da opressão

Servir sem ser vil

Tampouco servil

Controlar o ego

Ser menos cego

Surfar em águas doces

Como se anjo fosse

Numa onda de indulgência

Fruto da inteligência

Descobrindo a utopia

Fugindo da distopia

Idealizando o ideal

Praticando o aqui, irreal

E assim quem sabe, de verdade

Purgar a consciência

Da dura inconsciência

Que me leva a desumanidade

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 22/01/2014
Reeditado em 22/01/2014
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