Emoções clandestinas

Muitos te odeiam, fragilidade

Substituem-te pela agressividade

Disfarçam a tua presença com a falsa indiferença

Riem quando queres que te assuste

Tripudiam quando, inadvertidamente, alguém te exibe

Exigem tua inexistência como fator de sobrevivência dos que te possuem

Há os que te procuram em outros

Para expor-lhes a má companhia

Para que lhe atirem as pedras de suas regras

E enfim forçar-lhes que te reneguem

Não sabem que estás presente também nesses avessos

Que por não te suportarem em si agem como bárbaros

Como se a força das rejeições te extinguisse

Porém, sob uma lente mais aguçada;

Sob um olhar mais concentrado;

Apareces ainda mais ampliada

Como a cobrar com juros o tempo escondida

A revolver-lhes pra sempre as causadas feridas