POEMA MODERNO
POEMA MODERNO
No néctar do leite de um rio pardo
Areias sólidas escorrem pela multidão
Que frita ovos no asfalto quente
Voluptuosas Cinderelas de viver dolente.
Espasmos flutuantes de uma massa fria
Esqueléticas vibrações de um sorriso frívolo
Sensações ligeiras esfacelando a mente
De turvas águas de uma gruta quente.
Antagônicas visões de um lobisomem feio
Que pululam nas águas do coaxar dos sapos
Exuberantes frases e ululantes risos
Das hienas que devoram e riem com facilidade.
Vida altaneira de uma verde flâmula
Tremeluzindo no fogo fátuo de águas geladas
Esperança negra de um jogo barato
Que serpenteia airosa ao sabor do mato.
Hey, ofuscantes versos de outros poemas
Que os poetas fazem olhando a piracema
Dos homens que navegam contra a areia grossa
Que a vida oferece desde o nascimento.
O que eu disse mesmo nestes taciturnos versos?
Meu Deus, fiz tudo certo mas sonhando estava.