Perda e busca
Depois de um tempo vivendo em sociedade
percebi que eu tinha a obrigação
de ir trazer felicidade aos outros
tal era o cargo a ser carregado
quando se aprende a andar
Não fui exatamente clown de circo
mas julgo eu que cumpri minha função
não constantemente e talvez nem bem
mas quando fui criança ouvia risos
Hoje o que sou é de dar dó
se ainda há risos, eles se internalizaram
se a felicidade existe ela se quimificou
e tudo o que antes vivi são fotos e só
Tem vezes que rio para mim mesmo
e tal atitude tem preocupado meus pais
eles acham que enlouqueço
não digo que estão errados...mas não chorem
não chorem que há graus e tamanhos de insânia
e a minha não é do tipo que me preocupa
porque sei de onde ela é e para onde vai
esta é a soma de todos os sentimentos do mundo!
Se me procuro não é porque estou perdido
pois se ninguém me achou até hoje
talvez não tenha o que achar
quando me encontrarem...ah, quando me encontrarem!
Estarei eu com o resto de pinga na boca
e uma carta para a amada que não há
e dirão: “Ai esta o poeta,
viveu insão, morreu beberrão!”