ARAUTO DO MAU.
ARAUTO DO MAU
Carrego o fardo, alem de minha própria massa
Da orgia de pensamentos evolutivos na desgraça
Dos males jesuitizados e vedados em ignorância crassa
Da disorexia de inteligência fermentada na cachaça,...
Sou a cria mais pura da minha raça, lavada em esgoto
Antimatéria bilhostre, tribuno da peste, ente escroto!
Eu sou um humano, sorvendo diais suas doses de codeína
Onde as notícias despem as nossas chacinas
Onde a saúde chora por melhoras clandestinas
E é onde a miséria implora, pelo seu bife de proteína...
Dentes rasgam a justiça numa pocilga de propinas
É a lei, ingre, contaminada por essas gentes suínas!
E para mitigar a dor e cegar-me de todo mal,...
Esse sul mato-grossense filho do pantanal
Que dizem ser, o arauto de todo o mau
Escreve as peripécias dessa bondade chacal
Que tendo um mundo maravilhoso, prefere o curral
E vive e morre das sobras malignas desse vil mingau...
Que têm sua moral estuada no parquímetro da covardia
Na hipócrita barganha de ideais por sua regalia
E na desprezibilidade pelos irmãos de fado.
São eles que ensinam o homem a ser mais safado
As mãos que balançam o berço do rebento
São as mesmas que enforcam nosso desenvolvimento
E nos enlutam, com o nascimento hereditário, de seus marginais.
Nessa selva onde preponderam as filosofias vaginais
Onde é útil ser fútil, não me cobrem poemas de amores!
Visto que seus sentimentos amansam vibradores
E não enxergam os anseios de uma sociedade oprimida
E meus conhecimentos, teimam escrever, essa vida pervertida.
CHICO DE ARRUDA.