Minha Voz
Preciso gritar, falar o que sinto
Então escolhi você como ouvinte
Me escute com atenção
Ao final verá você
Acredito que consegui sua permissão
Tenho sofrido calado, como muitos
Sofrimento frio, anestesiado
Se quiser parar agora...
Então não verá a conclusão
Estava desolado, pensando em mim
Assim sem motivação, eis então
Que me surge...
Um velho, maltrapilho, desconhecido
Desfigurado, praticamente sem feição
Se também o visse não lhe daria
Se quer um tostão
Me pediu um minuto, e pensei
Por que não?
Sentei ao seu lado e escutei-o
Começou a me falar, como a vida era boa
Mas como?
Então me contou varias histórias
Bonitas e prazerosas
Como montava a cavalo, desde criança
Todas as suas travessuras andanças
Suspirou forte...
Me olhou nos olhos, e disse
Você já me esqueceu, então aqui estou
Maltrapilho, sujo e sem saber para onde vou
Perguntei-me
Quem seria?
Então me falou
Eu sou você, de uma forma que não quis viver
Por muitas vezes passou
O mundo que você esperava mudar
Por algum motivo nos deixou
Agora me olha nos olhos
E realmente pergunta quem sou?
Hipócrita, apenas se olhou no espelho
E agora sabe como estou.