Minha Voz

Preciso gritar, falar o que sinto

Então escolhi você como ouvinte

Me escute com atenção

Ao final verá você

Acredito que consegui sua permissão

Tenho sofrido calado, como muitos

Sofrimento frio, anestesiado

Se quiser parar agora...

Então não verá a conclusão

Estava desolado, pensando em mim

Assim sem motivação, eis então

Que me surge...

Um velho, maltrapilho, desconhecido

Desfigurado, praticamente sem feição

Se também o visse não lhe daria

Se quer um tostão

Me pediu um minuto, e pensei

Por que não?

Sentei ao seu lado e escutei-o

Começou a me falar, como a vida era boa

Mas como?

Então me contou varias histórias

Bonitas e prazerosas

Como montava a cavalo, desde criança

Todas as suas travessuras andanças

Suspirou forte...

Me olhou nos olhos, e disse

Você já me esqueceu, então aqui estou

Maltrapilho, sujo e sem saber para onde vou

Perguntei-me

Quem seria?

Então me falou

Eu sou você, de uma forma que não quis viver

Por muitas vezes passou

O mundo que você esperava mudar

Por algum motivo nos deixou

Agora me olha nos olhos

E realmente pergunta quem sou?

Hipócrita, apenas se olhou no espelho

E agora sabe como estou.

Jotta Bê
Enviado por Jotta Bê em 06/11/2013
Reeditado em 06/11/2013
Código do texto: T4558973
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