Calidoscópio
Agora louco no transe da vida
Imaginando guerras e cores e sons e versos
Deitado na cama numa noite mal dormida
Mentalizando entorpecimentos certos e diversos
A música no meu consciente entrava
Inconscientemente assim eu viajava
Sem sair do lugar, mudando, mas eu queria mudar
De mundo, de época, de plano, de lugar
Ora reza, ora tropa, ora até planetas
Ouvia e sugava para sair dali
Ouvia batida de cascos, a cera tarrada, sopros de cornetas
Não, eu preciso fugir daqui!
Fugir pra essas outras cores que me cercam
Das que eu gosto e não são me impostas
Sem pagar nada pra ninguém, dou-lhe as costas
Uma saudade do mundo estranho, mas pra mim não o presta
E sem perder nada da cabeça, do bolso, da vida
Apenas ouvindo a minha música favorita
Olhando pro teto sonhando, viajando
Para esquecer que ontem, ali, eu estava humilhantemente chorando
O que não fazemos para esquecer
Nos viramos pela pouca importância
Mas falando em esquecer...
Onde está meu violão?