Pintada como eu pinto.
Sonhei com uma onça
De cara pintada
Transitando nas ruas
E gritando intrepidamente:
Fora Collor! Fora Collor!
Depois que expulsou o presidente
Ficou com cara de bundona
Sorriso amarelado,
Com pitadas de preto.
Com aquela sensação de vazio;
Procurando um dono.
Ela tinha sido manipulada,
Era do PT e saudações...
Ainda tinha uma cadela
Ela auto latia, era Autolatina.
Auto lá, Tina! Menina...
Kilombo! colombina...
Nada adiantou,
No meio do caminho tinha
Tinha a política
Tinha a política no meio
Do caminho
No centro, na esquerda
Radical socialista;
Direita ruralista.
Mas a onça pintada despista.
Virou turista, saiu da lista.
Agora ela dança,
Faz quadradinho de quatro
E deixa barato.
Mas não foi só ela,
Eu também caí, que nem um pato.
Vi que a onça era sonsa;
Não era de verdade;
Precisava de uma sova;
Uma cintada sentida como eu sinto;
Era apenas uma onça pintada
Como eu pinto.