Eu. Deus do caos
Sou de quando o tempo e o espaço
Não existiam;
Nenhuma memória...
O nada absoluto e remoto,
Um vazio sem tamanho, sem vazio.
As cores não eram frias nem quentes,
Tampouco eram cores.
Pois não havia temperatura.
Sem cabeças, sem ideias;
Sem desejos, anseios, elementos,
Nada era sólido líquido ou gasoso,
Na verdade, Nada era nada,
Muito menos tudo.
O lado oposto da tabela,
O abraço do sempre com o nunca.
O inverso do universo, sem frente
Sem verso ou reverso.
O oposto disposto sem rosto.
Não existia fim nem começo;
Limites traçados pelo desencanto.
Eu mesmo não era, não seria,
Nunca jamais, impossível...
Não se pode dizer que foi um dia,
Uma vez ou uma ocasião. Mas,
Como por encanto eu: Big-bang!
Descobri a única fonte,
O único jeito de eu ser Deus
E de haver o que não havia:
Descobri o caos quando explodia.
Quando tudo começou
Sob um descuido do nada
Eu era volátil, explosível e não sabia.
Então nasceram as eras, as feras
as quimeras o tudo e o nada mais.
C. M.