Indo embora

Z

Vai-se o tempo cruelmente incansável

Sonho após sonho, aurora após aurora

Rindo dos planos de Morfeu

Indo embora sem deixar alento

Trazendo o amargor ao céu da boca

Leva consigo o farfalhar das horas

No intangível perscrutar da existência.

Tempo,... tempo,... tempo,... tempo...

Não deixa ilusões quando se vai embora

Arrasta as quimeras soltas em seus ventos

Levando-as para longe como agora...

*****

Que faz da matéria presa e limitada?

Carne, sangue, ossos, músculos, artérias,...

Deteriora?

Que faz da (in)consciência sem limite
Ou simplória?

Ética, razão, moral, virtude...

Enlouquece? Ignora?

A solicitude da maldade impera.

*****

Nos palpites incitados pela esfinge

Não há fissuras que escondam seus deslizes

Sou errante do tempo na contra mão do existir

Falta-me o solo para plantar esperanças

Abortadas estão todas as sementes do porvir

 A vida me cortou pela raiz

Vou apenas caminhando nessa dolorosa estrada

Na impressão de um dia ter sido feliz

E o tempo, indo-se embora

Leva consigo o farfalhar das horas...


*****


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Nina Costa
Enviado por Nina Costa em 17/10/2013
Reeditado em 17/10/2013
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