Loucura
Vem
De súbito,
Insólita,
De modo estúpido
E competente,
Na incompetência total,
Nos devaneios,
Caos, realidade virtual.
Suas afiadas garras
Impelindo a gritar,
Bizarras...
A mente a delirar.
Numa metamorfose,
Num renascer.
Tudo parece novo,
Real e real.
Atrás de estranhas grades,
O que significa
O que vejo,
O que sinto?
Ao meu redor
Napoleões e Einsteins grotescos,
Excêntricos, dantescos.
Vivendo, morrendo
Num mundo de cores fortes
De choques, dores
E de Van Gogh.
O que sinto sufoca
De tanta esperança,
Tanto amor...
O que vejo cega
De tanto desespero,
Tanta dor...
Sou produto da sanidade
Diluindo-se aos poucos.
Sou o médico, a cura,
A enfermidade...
Mentiras, juras e verdades
Sou muito
E tão pouco.
Sou humano
E tão louco...