A MORTE BATE À PORTA

Ei, não pense que me desprezando,

Deixarei de existir em tua vida,

Não tens como apagar o que ainda existe

De tão vivo e eficaz nos teus pensamentos...

Já estive no teu passado,

Ainda me encontro no teu presente;

Ainda povôo os teus mais curtos sonhos,

Quando acordares na realidade do amanhã,

Lá estarei te esperando no teu futuro,

Como uma ferida não cicatrizada...

Respire, sinta a vida continuar!

Abrace o meu corpo bem apertado,

Segura de que ainda sou parte de ti_

Também quero viver por mais tempo...

Venha me beijar,

Acariciar o meu rosto;

Venha me beijar,

Até eu ficar sem fôlego;

Venha me beijar,

Assim estaremos em um só corpo;

Venha me beijar,

Nessa dança entre túmulos;

Venha me beijar,

Para que assim a morte nos deixe!

Quem nos viu pecando

Nos braços um do outro?

Quem nunca teve

Os pensamentos interrompidos

Quando as suas lágrimas

Foram flagradas molhando o rosto?

Ei, não pense que tudo foi em vão!

Poderia ter sido tudo um sonho?

Ei, não pense qu’eu partindo,

Haverá um fim nisso tudo,

As tuas noites em claro

Trar-me-ão de volta para perto de ti.

AQUELE que soprou o hálito,

Sem que nós O percebêssemos,

Nos protege do mal

Que às vezes nós mesmos

Causamo-nos por ignorância,

Por sermos estúpidos demais.

Venha me beijar,

Essa noite a solidão toma o lugar de alguém!

Jairoberto Costa
Enviado por Jairoberto Costa em 08/10/2013
Código do texto: T4516830
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