O banquete

Acordam cedo, que medo, famintos

Ovos fritos, salsichas, refrigerantes

Os potros se levantam, num instante

Da mesa, saem os robustos, calados

Dá-se um tempo, sobremesa

Que beleza, comer de novo

Manjar, pudim, bem-casado

Todos comendo, de novo

Dorme-se um pouco, tem-se a cesta

A tarde é duradoura, depressa

Bate o relógio da matriz, 5 horas

Sem demora, põe-se a mesa, o chá da tarde

O jantar estava na mesa, que beleza

Pratos bonitos, limpos, arrumados

Cadeiras frias, limpas, desconcertadas

Os animais na mesa, oh natureza

Os garfos enfileirados, que simetria

Tem leitão, carne, peixe, vinhos

Um bacanal, que alegria

Bêbados, prosas, rotos, maravilha...

De amanhã acorda o chiqueiro,

Humanos comem seu capim,

Ah, que devaneio, eu sonhando

Realidade invertida, dolorida

O banquete passou, as horas também

Mais um dia se põe, o Sol também

Humanos respiram, animais também

Sou humano, animal também

Gabriel Amorim 13/05/2013

Gabriel Melo Amorim
Enviado por Gabriel Melo Amorim em 01/10/2013
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