MITO

Aproxime-se
Mergulhe em meus olhos.
Assim.
E não diga que tem pena de mim.
Presa neste corpo alado,
Tenho o destino dos meus semelhantes.
Risco o céu na noite escura.
Sou raio, sou trovão,
Chafurdo no lodo viscoso
E saio purificada.
Nas madrugadas espio os amantes,
Nos lares causo conflitos,
Faço o homem cometer loucuras
E fico rindo, serpenteando,
A mais endiabrada criatura.
Sou venerada e temida pelos fortes,
Minha história assusta e admira.
Com o mistério nunca esclarecido,

Enquanto acreditas, vivo.



 
MADAGLOR DE OLIVEIRA
Enviado por MADAGLOR DE OLIVEIRA em 29/09/2013
Reeditado em 15/10/2013
Código do texto: T4503417
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