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Choraminguado



Choras
Minguado
Às janelas
Do passado.
 
Recolhes
As pedras,
Refregas,
Medras.
 
Resfolegas
Fuças
As gentes
Que antes
Trazias
Aos dentes.
 
Finges
Que sentes
O que jamais 
Sentes.
 
Choramingas,
Respingas
Um sangue
Demente.
 
E então,
De repente,
Te mostras
Carente!
 
Sob
Tuas solas,
As carnes
Da gente.
 
Os nossos
Pedaços
Por entre
Teus dentes.
 
Na lua da unha
O sangue pisado
E choras,
E comes
O bolo
Solado,
 
Que é feito
De um trigo
Deveras
Mofado.
 
E à alma
Que assolas
Te sentes 
Vingado!
 
E choras,
E choras,
Mas choras
Minguado.
 
Fingido,
Fingido,
Teu pranto
Oxidado...
 
Recolhes 
As setas
Que havias
Lançado...
 
Minguado,
Minguante
Minguado,
Minguado!


Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 26/09/2013
Reeditado em 26/09/2013
Código do texto: T4499118
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