Choraminguado
Choras
Minguado
Às janelas
Do passado.
Recolhes
As pedras,
Refregas,
Medras.
Resfolegas
Fuças
As gentes
Que antes
Trazias
Aos dentes.
Finges
Que sentes
O que jamais
Sentes.
Choramingas,
Respingas
Um sangue
Demente.
E então,
De repente,
Te mostras
Carente!
Sob
Tuas solas,
As carnes
Da gente.
Os nossos
Pedaços
Por entre
Teus dentes.
Teus dentes.
Na lua da unha
O sangue pisado
E choras,
E comes
O bolo
Solado,
Que é feito
De um trigo
Deveras
Mofado.
E à alma
Que assolas
Te sentes
Vingado!
E choras,
E choras,
E choras,
Mas choras
Minguado.
Fingido,
Fingido,
Teu pranto
Oxidado...
Recolhes
As setas
Que havias
Lançado...
Minguado,
Minguante
Minguado,
Minguado!