SENSAÇÕES

Há sensações dormentes aguardando serem despertas

sob a pele entorpecida pelo ranço da labuta:

força bruta, suor tenso; nenhum vento é solução

e a razão que, às vezes corre, às vezes, morre, às vezes mata

às vezes ingrata, às vezes, grita e a mente, aflita, sente um nó

Pó, poeira, folhas mortas, e um restinho de saudade

são verdades que acumulam e acidulam o verso em vão

dar vazão, sentir o mais, ser mais capaz de ver além

força nula, suor frio, nenhum rio é solução;

emoção que, às vezes mata, às vezes morre e o peito é um dó

Há sensações clementes aguardando por um gesto

há sensações clementes; vai e esquece todo o resto...

SENSAÇÕES – Lena Ferreira – set.13