Os sentidos
Que “biomáqina” é essa
Que inventa sentidos
Que inventa a invenção
Que cria do nada e divide em camadas a sua criação
Que denomina de real o que pode tocar
Chama de virtual o intocável estar
Que simula o que ainda poderá criar
Que projeta no nada, no etéreo, no ar
Que leis extensas e intrincadas se obriga a seguir
E ações desencadeia e faz depois sumir
Que paz almeja em meio à guerra que faz
Que relações permeia a solidão que jaz
Que dimensão não pode ainda explicar
Que explicaria as próprias perguntas por trás
Por que chama de ideias às suas insólitas invenções
E simplesmente acata o que não entenderá
A que ponto chegou e jamais chegará
Que move sua espera senão o seu desconhecimento
E esquece o que era em função do momento
E esses conceitos alhures a lhe dar feição
A quem interessar possa à mesma condição
Para o que é que existe a existência assim
Talvez uma charada sem nunca ter fim