Estrela Sem Semblante
Por mais que eu vejo as estrelas sem semblante
Teimo em dizer que estou maquinado
Tem alguém ( ou algo) ou uma isca me prendendo
Tem fantasmas na minha casa – eles mugem
Eu me assusto, eu jogo os dados
Dada a síntese honesta
(porque só assim se diz sim)
A selva estrondosa que estou correndo feito macaco
- e macaco sou, que de galho em galho eu quebro e na minuta
sou maroto descontrolado semelhante ao homem –
e cada vez que eu chamo alguém Ninguém responde
e Ninguém insiste em falar!
Ninguém escuta (também) e Ninguém disputa:
É algo indecente
E ainda tem um espelho em cada olhar, eles mostram se eu mereço,
Mas merecer por merecer, fico ao perecer da inveja
Que tantas vezes é desprezo mas há algo lá
Que está apodrecendo, feito eu deixei seu olhar
Bem-feito, é uma coisa felicita!
Cristo sou eu quando carrego a Cruz, mas o Cruzamento
Freia-me toda vez na esquina do pensamento
E lá estou eu – ou estava,ou não
Sentindo que há muitos sons para um
E nada para muitos, que nadam por nadar
Pois há uma praia tão longe (a Praia que Jamais Viram)
Que vira uma esquina sem cruzamento
Afastamento é o que há – para sempre
E olhando assim eu pasmo, tem um faisão em cada escolha
É o enfeite imitando o deleite do momento
-Mas não há mais momento quando se quer, e sim história-
Porque notória é a caminhada passada, de onde passadas vieram
E chegaram, toc-toc-toc, bater na porta
Ou andar nela – sem graça
Prefiro come-la , degustar o que eu fiz
(Mesmo que seja excremento)
Faz parte de mim – ou não
Quem sabe não tem pressa, tem que se comer cozido
Bem quente, feito nossa carne
É provando do veneno que se descobre
Se é nobre – pagando si mesmo
Ludibriando
Estrela sem semblante
( o Dia)