guarda meu amor, oh rio!
desce me a vértebra vindo sinuoso de ravinas abertas e de palavras
escapulidas de janelas que olham o mar onde se entregas pra filhar (mais) rio entregue ao sol e às chuvas dividindo o em dedos feito luva
pra esticar se em proteção ao lago que parece parado
- mas dentro dele; intensa rebelião -
entranhas tumultuadas de paixão
esvaindo se em canal boquiaberto
- ducto frenético –
aberto d’ um leito
espremido do peito
um rio de desejos com braços abertos
rumando forte e cego ao tempo
fragilizando amor
estampado em rosto
a descoberto...
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**MarySSantos**