"Desorbita"

A lua, aprisionada

Gladiada atrás daquelas grades. Eu analisava ela,

Ela me olhava.

Ela toma formas como eu

A cada dia uma órbita diferente. A toda noite

A mesma noite

Sem ser a mesma.

Como quis eu ir até ela. Um passageiro à

Meia-noite, sem volta.

Um astronauta sem nave.

O Homem sem coração.

Sou um anjo sem asas

Neste céu sem cor.

Vejo o todo e não tenho

Nada. O nada que tenho me alimenta

Como o pólen às rosas, sem cheiro.

Passatempo. O tempo sem ter o tempo,

Não me vale nada.

Nada é o pouco que tenho a viver

Lá fora, com ela.

Vou correr atrás dela

Sem asas, sem órbita,

Sem nave, sem cor.

Minha luta é por ela, quero

Meu coração de novo,

Novo.

Estarei nela, mesmo atrás das grades.

Liliane Tsumanuma
Enviado por Liliane Tsumanuma em 15/09/2013
Código do texto: T4483000
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