LICANTROPIA.

LICANTROPIA.

Desiludido, busco a trepanação craniana

Para remexer nos meus conjuntos cerebrais

Quiçá achar a bula vã de anticoncepcionais

Para acender o archote da realidade leviana

Que desmacula o pensamento paradoxal

No ecrã de uma vida estopada em vergonha.

A apantropia anuvia-me como vapor de maconha

Cada vez mais o plenilúnio aumenta o grau

Prepara-me para a transformação em lobisomem

Em um novo demônio-deus corsário!

Que comerá o coração do humano sanguinário

Decepará suas cabeças de super-homem

E jogará os seus restos para adubar um novo ente

Um, que babe por uma justiça plena.

O parlamento tem de estar de quarentena!

Temos de conter essa desgraça indulgente

Para que o povo se torne ortótropo e não cúmplice

Da aberração que esbanje nossa terra.

Nas rugas da minha moral, estamos em guerra

E desprezo a venalidade dessa lei súplice.

Temam a minha licantropia, muitos virão

Com seus cães a caçar-me pela sociedade

E saibam eles que os varreremos sem piedade

Os que como eu, ainda,... Amam esse chão

O berço, e o tumulo dos meus ancestrais.

Políticos! Aguardem os espasmos epiléticos

Dos seus miseráveis últimos suspiros éticos

As garras,... Rasgarão suas entranhas criminais.

CHICO DE ARRUDA.

CHICO BEZERRA
Enviado por CHICO BEZERRA em 09/09/2013
Código do texto: T4474607
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