Coração Valente
Coração Valente
Hematófogos anjos negros
Que caídos a meia noite
Se alegram ao choro do açoite
Dilaceram sua carne em putrefação
Aplaudem as chamas da inquisição
Ao som de sinos que aterrorizam gerações
Na melodia entorpecente das aflições
Como já dizia o intelectual marquês
O quanto é podre esse sádico burguês
Escravos da própria dor
Enaltecem a tirania com valor
Na loucura de uma pílula
Resgatam sua descendência Calígula
Serpentes dotadas de persuasão
Selam com um beijo a traição
Segregações raciais
Corridas espaciais
Asfixiam cada dia inocentes mortais
Almas leiloadas a céu aberto
Em um imenso deserto
Nada se pode fazer
É falar e morrer
Corte minha língua então
Seu detestável porco pagão
Morrerei mas direi
Liberdade, não ao rei.