Não há mais tempo!

Você não tem tempo?

Ninguém tem.

O tempo é o filho mais velho,

Mais moço, o do meio, o colosso;

O alvoroçado; primo do nada.

Não é ninguém.

Depende do pensamento;

Do que está fora,

Do que está dentro

Do lado da beira,

Fora do centro.

Tempo não passa;

Não para, não dispara

Não tem rítmo. logarítmo.

Não sobra, não desdobra. Cobra.

-Dá um tempo! Um invento!

Um aumento. Reconhecimento.

Perder um tempo... Um tento,

Um rebento? Empobrecimento.

O tempo não tem como,

Não comento.

Apenas aguento o Agourento...

Ele viola a vila, a viola e o violento,

O fraco, o forte, o prudente,

O néscio, o avarento.

Envelhecimento.

Enfeia o bonito, bendiz o maldito;

Acalma a alma. A palma.

Estoura a boiada. Lamento.

Não tem casa nem asa,

Não ala nem rala. Cala o Alá.

Voa como o relento.

Não anda de lado,

Pra trás nem pra frente;

Somente debanda. Disbunda

Pra toda banda. É tunda.

Brisa na varanda, ciranda,

Chuva na soleira, Frio de lareira...

Nuvem carregada, escurecimento?

Não é tempo, não é nada.

É água e ar em movimento.

Tempo não emerge nem afunda,

Não falta, na flauta, no fole. Não bole.

Não é fofo nem duro, nem é mole;

Mas não amole. O tempo te engole.

Ele alua e abunda na segunda

E o labor não acaba. Te enraba.

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 06/09/2013
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