CARNIFICINA EVOLUTIVA.
CARNIFICINA EVOLUTIVA.
Ainda sentiremos saudades dessa evolução radioativa
Dessa distorção de realidade que nos eletrocutará
Dos clangores da natureza adulterando a atmosfera
Dos sólios no qual sentamos para admirar a ignorância
Duma involução saudável e insolente que nos é nativa
E da sensibilidade atômica que nos arruinará.
Recontaremos a história na lei dum novo Anhangüera
Na evaporação dum mar bravio de vikings em ambulância
Num Judas zulu, nos deuses que hão-de renascerem
Se o neo-homem continuar a criar-los para seu status
E se o estudioso corrécio ainda ajustar-se como neandertal.
A vetusta psicogenética ampliará nossos destroços
Veremos, banzados, todas as pestes novamente crescerem!
Lutaremos gladiadores da nova Cápua de Lentulus Batiatus
E habilitaremos o cérebro para sua convivência anorretal
Onde as armas para a preservação,... Serão nossos ossos.
Anaximandro de mileto ensinar-nos-á outra astronomia
Platão,... Filosofará a nova maiêutica socrática,...
E para encontrar a verdade no interior do ser humano
Escreverão em papiros egípcios os hieróglifos da mágoa
... Os velários inúteis exporão um céu sem fisionomia
No teatro tétrico e consciencioso da amnésia traumática.
A criança perderá a puerícia, na crueza de um soldado veterano
Choraremos lágrimas remelentas num mundo sem água
Comeremos animais em extinção, assim como nós
À luz de vela, nas cavernas de uma existência cenobita
Pois seremos os pulcros, servidos como prato principal.
O alienígena pregoeiro asceta volverá ao estado primitivo
Reduzir-se-á ao seu estado mais esplêndido de gente feroz
Onde nessa desordem ordeira há um progresso troglodita
Mesmo inadmitido desse conúbio, mas ter subido esse degrau
O mentecapto contribui à cevadura! E mantém o seu ar altivo.
CHICO DE ARRUDA.