SISTEMA CENTRAL
" Quando percebi
Não haviam mais trincheiras
No meio do nada, o infinito era uma placa
de contramão
Eu era apenas mais um soldado
Desarmado de sonhos
No campo empilhado de corpos
Na prisão de uma fábrica
De mentes escravizadas,
Amolados por um relógio que não parava
É sempre a hora, é sempre agora
E quando parecia ser cedo ainda, também já era tarde para voltar
O sentido não precisa sentir
A voz não sabia falar
Quando percebi
Não haviam mais máscaras
O carnaval já tinha passado
Não era mais final de campeonato
A televisão mentia para mim
Eu era apenas mais um espectador
Com o dinheiro contado
De poucos livros na estante
De muitos dias na estrada
Sem horizontes,
Era apenas mais um na multidão
Invisível, mais um no sistema
Fazendo bem o meu papel de palhaço..."