LUSCO FUSCO

Me instilando à noite pelas frestas da sua vida

descubro as íntimas procelas

que distorcem-lhe a face:

Senda

que se alarga e se torna alameda

que leva a floresta

onde há um castelo

que tem uma passagem secreta

que vai dar num rio

que vai dar num mar

que vai dar numa ilha

onde há uma caverna

que esconde um sombrio túnel

cujo final é uma porta

a qual atravesso

e vou parar no meu cérebro

onde sou atropelado por um pensamento brusco

Meu cigarro acabou,

não tenho dinheiro

não tenho namorada

Porém;

nada disso realmente importa

por que eu morri

Estou morto,

fui atropelado por um pensamento brusco

que vinha em alta velocidade

Mas ressuscitei

Me levantei

e de uma abstração mental

consegui um ovo de pardal

que eu quebrei

Dentro, havia uma caixinha

onde eu entrei

e sumi como se fosse farinha

que é levada pelo vento

Morpheus