SÍNDROME DA AMEBA.
SÍNDROME DA AMEBA
E pões-te a falar de amor, com os olhos de hidra.
Na voz terna, o exercício político da perfídia
As mãos que afagam, são as mesmas que matam
Aos beijos doados, lábios beligerantes dos marginais
Humano escrofuloso! Tempo afogado no clepsidra
Nas circunvoluções do vibrião séptico em acídia
Na sintonia da calúnia de compaixões que atomatam
E no oficio agônico de altruísmos funerais.
O homem tem vivido a síndrome do,... Ameba
Na refrega de vento expõem-te ególatra
E a inveja é um antibiótico que te amanceba,...
Bafio. Respira no exício da sensatez alcoólatra
E come e bebe no intestino de suas úlceras.
O ser, a paz e a guerra são três irmãs adúlteras
Dormem no chumbo de uma aspergia benta
Nos sirtes de uma simbiose, anômala e nojenta
Inglórios no gênio, na pomba, e na signa alva de sangue.
Eu, mamífero escaveirado, teimo em falar com os dedos
Jacente na sama da ataraxia dos nossos degredos
Nas répteis linhas que roem minha ignorância exangue
Sou vândalo que te sinto com instinto espúrio!
O ambíguo embate, do gládio, entre o amor e ódio
Faz-nos reféns de uma compostura da ganância
Onde o sentimento é subtraído pelo beneficio
Onde a necessidade sofre com o silente perjúrio
De mente sã e corpo são, avezados nesse vil episódio.
Quedo, o miserável cauto chora na ambulância
Teme que o ódio, com seu vasto amor, tenha-te em sacrifício.
CHICO DE ARRUDA.