Cuspe
Tão nojento quanto ele
Sei que existe de mim dentro
Pois inofensivo aquele
Cuspe podre fedorento
Mal não faz ao externar
Pois lá fora está perdido
Nunca mais vai perturbar
Uma vez já concebido
Ao chão como uma flecha
Bem cravado lá está
Como um suor na rocha
Que aos poucos secará.
Lembrei dos estudos meus
No primeiro grau que fiz
Que cuspindo para os céus
Ele volta pro nariz
Pois a lei da gravidade
Que na física se aprende
Com maior tranqüilidade
Qualquer hoje um entende
Por melhor que seja o verso
Que pretendemos fazer
Se flagrarmo-nos dispersos
Bom parar de escrever
Pois pra se falar de cuspe
Deve estômago de haver
Para que o nojo ofusque
O escarro do prazer.
Axeramus 08/10/2010