SIMBOLISTA...
Em meu peito tange um sino
de bronze enferrujado...
e também aflora como um lírio
que se despetala num simples assopro
do vento...a minha dor !
Meus olhos mostram-se
como uma tarde cinzenta e chuvosa...
e meu cansaço aparece nítido
na cruz do meu corpo mutilado...
E como uma vela apagada
vejo a tempestade alastrar-se
por entre sulcos e vales
desabitados e incolores
do meu peito
marcado a ferro...
aberto como qualquer porcelana quebrada...
e quando voarem as andorinhas para o sul,
há de ficar perambulando
pelas sarjetas...entre cigarros
e reflexos de solidão...uma sombra !
...que carrega a sua própria mortalha !