SIMBOLISTA...

Em meu peito tange um sino

de bronze enferrujado...

e também aflora como um lírio

que se despetala num simples assopro

do vento...a minha dor !

Meus olhos mostram-se

como uma tarde cinzenta e chuvosa...

e meu cansaço aparece nítido

na cruz do meu corpo mutilado...

E como uma vela apagada

vejo a tempestade alastrar-se

por entre sulcos e vales

desabitados e incolores

do meu peito

marcado a ferro...

aberto como qualquer porcelana quebrada...

e quando voarem as andorinhas para o sul,

há de ficar perambulando

pelas sarjetas...entre cigarros

e reflexos de solidão...uma sombra !

...que carrega a sua própria mortalha !

betomotri
Enviado por betomotri em 11/08/2013
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