A PALAVRA: LIBERDADE
Pobre de mim que me encontro preso,
Envolvido nesse tempo cortinado,
Sob o céu cinzento deste mundo_
Sou tão frágil; tão oscilante; tão só!
Exponho o que penso... O que sinto...
Os acontecimentos estão em minha volta...
Luminosidade ofuscando a cor cinza,
Desembocando raios nascentes a brilhar,
Colorindo o meio das coisas confusas_
O homem sentido não consegue sentir,
Apenas ousa imaginar além do cortinado;
Esse tecido lhe é como um muro alto...
Perdido me encontro por entre as palavras,
Ousado tento ver o que tem atrás do muro,
Não contesto, apenas procuro entender
O eco uníssono dessa multidão
Que balbucia em sua defesa tão opaca,
Luz patética, computadorizada...
Gritam e logo dão as costas,
O tempo descortina cinzentamente_
Voltam a lutar por seu salário de migalhas;
Voltam a ter os sentimentos sentidos,
Tão sombrios quanto à própria fome_
Preso me encontro nesse tempo cortinado...