ESQUECIDO NA VASTIDÃO NOTURNA
Como é triste perder-se na vastidão
Do esquecimento deixado por alguém,
N’uma voz vilipendiando o adeus_
Quisera nunca ter ouvindo o som da tua voz,
O meu coração não estaria agora tão angustiado,
Nessa noite de pesar tão extremo...
Tão afiado que dilacera o meu peito!
Palavras breves que magoam infinitamente;
Palavras ditas sem pensar, fora do tempo certo...
Quem somos nós para medirmos o tempo?
Eu, tão só... Eu, sozinho... Eu, quem sou?
Poente que não enxergo no horizonte_
Poente agonizante que me mostra
Um tempo cansado de mim mesmo,
De tudo quanto não pude fazer...
Tristeza expondo toda a minha amargura
Nessa vastidão de sofrer por quem não merece_
Espero chegar ao fim desse caos bucólico...
Deixo que a vastidão do esquecimento me arrebate,
Que toda essa tristeza seja lançada n’outra direção;
Trago dentro em mim a minha própria magoa;
Trago a minha noite escura sem pontilhar de estrelas_
Que a noite escura seja tão passageira quanto um segundo,
Qu’eu não mais me perca na vastidão do teu esquecimento...