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Tenho guardado todo e qualquer ganho

Já que também guardo receios da falência

Obediência financeira, amigos,

Me falta obediência financeira.

Que jeito? Já que meus bolsos não são mais crianças?

São adultos, consumistas, os quatro, os dois da frente

e os dois de trás... Os quatro.

Talvez me faltem contas,

além das que já tenho por vencer

Ou falo bobagem!

Ninguém merece credores além do que é obrigado a ter.

Sou colecionador de boletos, carnês, faturas, fraturas.

Se me machuco, deixo de usar o que me oferece o sus

Pois um pouco de pus, pode ser coberto de convênio

Garanto que não me falta empenho, engenho mental

é mal de acúmulo de vontades e desejo de aniquilar capital

Quem é Marx? Que faz hoje da vida se não existir,

somente em prateleiras, bibliotecas. . .

Se viveu para lutar pelo dinheiro, seus livros hoje

somam milheiros,

Talvez pense eu também, que devo comprar

Tá aqui! Tá aqui todo dinheiro que tenho

E venho por meio deste ato violento, obsceno

descartar qualquer centavo que obtenho

de maneira limpa, sólida, clara... declarada.

Pois sabem dos meus centavos, sabem da minha vida

sabe das minhas cuecas, inventores da nota paulista

Pago-lhes um café, mantenho vossa excelência em pé

de toga, babado no manto, bobs nos cabelos

da exelentissimas primeiras, segundas, terceiras damas

fama de mal pagador, sempre vou ter.

Pelo homem da quitanda, pelo homem do mercado

pelo homem com farda ou sem farda

pelas cartas do SPCS ou SERASA.

Tenho guardado todo e qualquer ganho

Por ter receio da porra da falência!

Pois se sou apaixonado até pela borra café

Meu dinheiro nunca me trará carência.

Phelipe ujuara Sousa
Enviado por Phelipe ujuara Sousa em 01/07/2013
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