As Caras das Emoções
Estas muitas caras que faço
Que penso ser a mesma
Que hora me ampara
Que hora me queima
Que alguns se arvoram
Que outros se queixam
Essas caras de ator
Que disfarço pra vida
Sorrindo na dor
Chorando em seguida
O semblante de amor
Sem querer, sem saída
Essas expressões dúbias
Que mudam e desnudam
Quando estou na dúvida
Que aparecem mais
Que o desejável
E surgem sem uma razão logo explicável
Essa força que domina
Que estampa os tormentos
Que me recrimina
Incrimina e atina
Pra quem examina
Os meus sentimentos
Essa cara que trai intenções
Que me denuncia as considerações
Essa testa enrugada
Esses olhos que em rito
Das coisas que aflito, feliz,ou estável
Combinam alheias ao que acho aceitável
Que mascara a mentira
Com o oposto sobre o meu desgosto
Que nem parece fazer parte de mim
Não tem pena e age como está a fim
Essa fachada inocente
Que torna aos outros cientes de mim
Esse cuja enjoada que faço à vezes
Que muda e imita uma branca parede
Essa parte vitrine de espelhos da alma
Mostrando se estou em paz e na calma
Sereno exibindo o meu desempenho
Está cada vez mais insensível às vontades que tenho