PESADELOS
Há medo, em cada anoitecer.
Tuas lembranças tomam-me como fantasmas,
Sei que escondes atrás de minhas pupilas, e quando as fecho, vem tua imagem assombrar-me.
Carrega contigo o gélido pavor, por traz de toda a tua frieza, causando-me arrepios por toda a espinha dorsal, até a nuca.
Acelera-me às batidas, as quentes e úmidas lembranças de teus beijos. Afrontados pelo pânico que me tira o fôlego, ao pensar na dor que me causaste.
Seca-me a boca, e minhas mãos tremem ao tocar teu corpo nu, em meus devaneios.
Enquanto meu, não havia medo. Na perda, há somente o desespero.
O trágico fim, me soa pior que grito perdido em meio à madrugada,
Tão quão ou pior, que tuas gargalhadas ao rolar sobre mim...
Poupe-me tantos enfados, e acabe logo com esse suspense, crave em meu peito o golpe fatal, e saboreie meu sangue junto ao meu líquido e teu vinho tinto suave.
Toma-me por inteiro, e faz de meus restos, parte de teu todo, pois só assim poderei existir.
Prova-me na essência, em corpo, alma e mente.
Tenha-me ao menos, como uma de tuas vítimas em série.
Antes meu medo, que o teu desprezo.
E volte toda noite a assombrar meu ser.